quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Tosqueira Total: O Minotauro


Acredito que vocês já devem ter notado que eu sou fã do ator Tom Hardy (o mascote oficial do blog), certo? E como toda fã dedicada e carinhosa, estou assistindo todas as produções dele. Os filmes pra cinema e tevê, as minisséries, os curtas. Tudo que ele fez antes e depois de Bronson (o filme que lhe deu grande projeção e deu fim no período de vacas magras e produções pobres). Entre as mais variadas pérolas, tive o prazer de assistir um dos piores filmes já feitos: O Minotauro.
 
Como a história do Minotauro não foi muito bem explorada no God fo War, vamos resumi-la no melhor estilo Tabby-chan (usando como base o programa “Clash of the Gods” do History Channel):

“O rei da ilha de Creta, Minos, deveria sacrificar um touro ao deus Poseidon, como era costume pelas bênçãos recebidas. Mas o touro era muito bonitão, fortão, um verdadeiro Chris Evans ruminante, fazendo com que o rei sacrificasse outro, mais caidinho, em seu lugar. Obviamente deu merda, né? Deuses gregos não suportam ser sacaneados e Poseidon jogou um feitiço na esposa de Minos, que ficou lôka pelo touro. Despudorada, ela pede ao inventor e gênio local, Dédalos, que construísse uma vaca de madeira pra ela entrar dentro e consumar seu amor com o másculo animal. Nove meses depois, Minos percebe que levou uma bola nas costas e o que nasce do ventre da rainha é uma criatura maligna, meio homem (no caso bebê, pois acabou de nascer), meio touro. Dédalos, corresponsável pela sacanagem original, constrói um enorme labirinto onde jogam o terrível Minotauro (batizado assim ele foi). Para aplacar a fera (ou para sacanear os atenienses, essa parte eu não me lembro do programa), eles jogavam 8 jovens ao monstro, vindos de Atenas. Certa vez, escondido entre eles, estava o jovem príncipe Teseu. Com a ajuda da princesa Ariadne, Teseu (que devia ser um Tom Hardy grego e sem camisa, pois ela se apaixona a primeira vista e manda o pai, o irmão Minotauro e o cassete para o alto ajudando o príncipe) mata a fera e salva a galera de virar almoço”.

No filme O Minotauro, de 2006, a história é praticamente essa, mas com algumas mudanças para pior. O povo que serve de lanche para Minoty (Minotauro para os mais chegados) não é grego, na verdade eles parecem uns vikings! Vivem numa vila paupérrima numas montanhas geladas e eu me perguntava como os vilões conseguiam arrumar oito jovens naquele lugar, que não parecia ter nem 15 pessoas circulando. Teseu aqui virou pastor de ovelhas e se chama Theo. Ele é uma criatura linda, sexy e adorável, mas que ainda está apaixonado pela pouco definida (sim, ela sempre aparecia desfocada na tela) Ffion, que foi levada à fera. Depois que a bruxa local, carinhosamente chamada de Leprosa diz a Theo que ele deve ir ao encontro de Minoty, mata-lo e resgatar sua amada do labirinto, ele nem pensa muito e toma o lugar de um infeliz figurante, partindo rumo à ilha do mal.


Gente, uma pausa: Os cenários desse filme são um capítulo à parte. Nem aquela novela mais pobre do SBT tem coisa parecida com aquilo! São de uma pobreza singular! Pra vocês sentirem o drama, os navios que vem buscar Theo e os outros só aparecem como uma sombra no horizonte. Na cena seguinte, todos já estão numa jaula de quinta dentro do navio. Coisa pobre, mesmo! Cenário de Zorra Total! Do nada, Theo acorda e diz: “Chegamos!” e já estão todos dentro do palácio! E que palácio! Sempre o mesmo cenário, com umas tochas e as paredes do mais barato isopor de carro alegórico do grupo de acesso! Impagável! Mal a trama se desenrola e todos já são jogados no labirinto de pedras fakes. Aliás, o que deveria ser um cenário de puro terror e medo era sempre o mesmo lugar, se via nitidamente que era um espaço pequeno, todos corriam pelos mesmos corredores. Deu até nostalgia daquele “As Aventuras da Tiazinha” na Band, onde sempre havia um mesmo cenário de subsolo. Naquela época a Band não tinha programas tão ruins quanto hoje...

Mas acho que poucas coisas foram tão perturbadoras quanto os personagens coadjuvantes! A começar pela presença sentencial de Rutger Hauer, que até ontem era uma espécie de ISO 9002 pra filme ruim, uma certeza de que se ele está no elenco é bomba! Os amigos de Theo que vão todos com ele para o labirinto (até porque não deve ter sobrado mais ninguém na vila, já que se tinha um time de futebol naquele lugar era muito) oscilam entre os maus atores, os primos e amigos do produtor e aqueles que são tão inexpressivos que você se perguntava: “Ué? Quem é esse? Chegou que horas aí no labirinto? Tava aí desde o início do filme?”. O sujeito que vive o asqueroso Rei Deucalion (peguei o nome no IMBD, pois não lembrava mesmo do nome desse mala) estava afetadíssimo e as cenas em que ele cheirava o gás que vinha do labirinto (que não era resultado da péssima dieta de Minoty, como eu pensei) eram de um nível de tosqueira especial. A princesa, aqui chamada de Raphaella, era toda modelo e como 90% do elenco feminino dos filmes do Tom Hardy, quis dar uma esfregada básica com ele. Isso eu achei bem realista e compreensível.

 "Tentei em vão um esfreguinha com o pastor delícia, Theo Hardy!"

O bicho em si é todo digital. Ao invés de fazerem um homem-touro, fizeram um touro gigante e sem couro. As cenas de assassinato são bem violentas, Minoty dava chifradas terríveis e o sangue cenográfico corria solto. Eu ri da morte da personagem histérica, que literalmente tomou na boca! A atriz deve ter tomado uma overdose de pastilha Valda depois das filmagens, credo! Gritava que nem louca! O final do filme é brochante e só mesmo um close do Tom sujinho pra gente não jogar o chinelo havaianas na tela do monitor de tanta raiva e indignação! Não dá pra acreditar que ele não ficou com a Globeleza da princesa (estou liberando spoilers porque sei que ninguém vai baixar essa tranqueira mesmo e muito menos ter coragem de alugar algo desse nível)! Cara, começar com a Ffion já levada ao Minoty, sem que a gente se envolva com o romance dos dois, matou qualquer torcida por ela! É o básico de qualquer roteiro, vamos combinar!

Quando subiu as letras ao final da sessão, me peguei pensando que Tom quase desistiu da carreira como ator. Não duvido que ele ficasse triste ao ver gente menos talentosa fazendo grandes produções, enquanto ele fingia medo em um labirinto de isopor e cola quente. Mas a vida dá voltas, o mundo gira e o esforço combinado ao talento um dia são recompensados. Hoje Tom é um dos mais interessantes e cobiçados atores em Hollywood. Todos tem um começo, pra alguns é mais fácil, pra outros a luta é dura. Mas a satisfação no final, incomparável. Quem um dia lutou com um Minotauro digital de terceira, amanhã vai enfrentar o Batman em um dos mais esperados filmes do ano. Tom Hardy, meu amor você já tinha, agora tem meu respeito e admiração para sempre.

4 comentários:

Rodjimi disse...

xii...escancarando de vez(elymar santos)no finalzinho do texto...
difícil saber quem fez mais tranqueiras, tom hardy ou naomi watts. legal eles colherem hj em
dia. adorei o texto, ri muito. "carinhosamente chamada de leprosa"...foda.

Tabby Kink disse...

Hahaha! Sério que ninguém desconfiou? XD
Que bom que gostou do texto, me diverti escrevendo. Agora o Tom está colhendo os frutos de seu esforço. Muita sorte para ele!

Rafi disse...

KKKKK... Muito bom, nem sei o que comentar... Acho que "Minoty" foi o melhor apelido para um monstro que eu já ouvi. XD

Tabby Kink disse...

Hehehehe! Minoty agradece! XD