quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Semaninha


Olá amiguinhos! Nada como uma semana cheia de assuntos no mundo globalizado em que vivemos, não é? Aqui no nosso blog a coisa já não está tão movimentada. Como vocês repararam, costumo atualizar toda semana, mas quando a semana é fraca e falta assunto... a gente faz um resuminho de tudo que nos aconteceu até aqui! Isso seria uma grande ideia se a minha vida fosse superinteressante, mas como não é (e nos últimos tempos anda bem atribulada, mas nem por isso emocionante), vamos tentar tirar um leitinho achocolatado bem docinho dessa pedra!


Ranma ½ ganha live action no Japão:

Em blogs e sites especializados como o J-Wave e o Shoujo Café já falaram sobre a notícia, mas não posso deixar de comentar. De todos os mangás não poderiam escolher um com mais chance de ficar ridículo com atores? Tudo bem que fizeram um live com Sailor Moon, que segundo alguns é uma ótima série (se você esquecer que está vendo um bando de cosplayers que atuam muito mal e efeitos especiais de quinta), mas não passei do primeiro capítulo, tamanha a vergonha alheia! Mas gente, Ranma? Sério? No site do J-Wave tinha fotos dos atores caracterizados e uma pequena entrevista com a atriz que fará a Akane. A garota se vangloriava de TER CORTADO O CABELO para o papel! Que isso mostrava a total dedicação e comprometimento com o seriado. Antes que alguém versado em cultura japonesa diga que cortar o cabelo pra eles é algo muito sério, vamos combinar pessoal! A moça não é atriz? Não é o mínimo mudar um pouco pelo personagem? Será que isso é pedir demais? Vamos aguardar pra ver, mas a ideia de uma festinha de cosplayers não sai da minha cabeça ao pensar nesse seria do de Ranma ½. Agora pergunta se eu tenho medo do filme do Kenshin virar a ultimate cosplay party ever? 


Enfim eu vi o filme Lanterna Verde:


Como todo mundo sabe, sempre vejo filmes depois que todo mundo já viu. Não posso ir ao cinema com frequência e acabo assim não fazendo resenhas, perderia o sentido escrever sobre filme velho. Mas nesse caso, precisava comentar. Já vi muito filme ruim, aqui mesmo no blog listei um grupo nocivo que incluía Alexandre, Amor ou Amizade, Minha Ex-Super Namorada e o tosquérrimo O Minotauro, mas realmente nada me preparou para Lanterna Verde. A sensação é de que reuniram todos os erros de filmes de herói em um só: 


1 - Ator fraco, canastríssimo, fazendo piadinhas sem a menor graça e beirando a imbecilidade no papel protagonista;

2 - “Namorada do herói” inexpressiva, desnecessária, chata e má atriz;

3 - Trama que demorou a decolar (se é que decolou em algum momento);

4 - Questão moral do protagonista mal aproveitada e traumas do passado que poderiam se resolver lendo a coluna do Paulo Coelho no Extra;

5 - Vilão bem interpretado, mas com desfecho ridículo (aqui é o “Cabeção”);

6 - Vilão digital com um desfecho ainda mais ridículo, inverossímil e que zombou da   inteligência do mais sequelado espectador;

7 - Cenas de ação sacais e muito dispensáveis (aquela dos jatos é de fazer dormir);

8 - Muito tempo perdido tentando dar “profundidade” ao protagonista (raso como uma folha de papel do Senninha) e deixando o planeta Oa e todos os outros lanternas (que era o que todos queriam ver) de lado.

     9 - Presença de atores dignos como o Tim Robbins, Geoffrey Rush, Angela Basset e Mark Strong, que terão essa mácula eterna em suas carreiras;  

     10 - Efeitos especiais que só não eram piores que as ideias nas quais foram usados no filme (pista do hot wheels pra salvar o helicóptero foi uma dessas que você tem certeza que o roteirista pensou enquanto cortava o rabo do macaco)


"Quem disse que eu não tenho talento, porra!?!" 


Acho que com esses 10 motivos já dá pra sentir minha posição em relação ao filme. Gostaria de escrever mais, mas esse blog tem nível! O Minotauro é tosco, mas você vê que ali faltou dinheiro, talento (tirando o mascote, por favor) e produção. Mas Lanterna Verde tinha verba, tinha a nata de Hollywood por trás e conseguiram parir esse despacho de macumba! Agora só na base da Liga da Justiça eu creio que esse personagem possa ver a luz novamente. E PELO AMOR DO SENHOR JESUS E TODOS OS ANJINHOS DO CÉU: sem o Ryan Reynolds! Corpão, mas talento que é bom... 


Meu novo vídeo: Hotter than Hell


Depois de muita luta e determinação, de quase cair nos braços do Adobe Premiere CS3, voltei para o meu amado Sony Vegas Pro 10! Sabe, não deu liga, não rolou aquela química entre eu e o Premiere. Ele tinha coisas legais, mas eu sou daquelas que quando cai na lábia de um cafa como o Vegas, não consegue esquecer os momentos de felicidade e êxtase. Como sou uma anta em termos de computador, demorei pra perceber que eu não conseguia instalar corretamente o programa por ele não ser específico para minha máquina de 64bits. Depois disso ainda tive que dar um jeito num bug das versões 64, que não rodava formatos avi. O pessoal lá da Criative Cow ajudou e agora meu amado Vegas e eu estamos juntos novamente.



Acabei fazendo um novo vídeo em homenagem ao Tom Hardy, usando uma música que só pode ter sido feita para ele! Drumming Song da Florence and The Machine! Você já viu a letra? Ela fala do efeito que o Tom, quer dizer, de alguém sobre a pessoa. A batida ecoando na cabeça, o desespero que isso dá, a vontade de se jogar num rio pra curar esse furor! Gente, a ruivona da Florence Welch canta para e sobre o Tommy! Ele é ou não “mais doce que o céu e mais quente que o inferno”? XD Antes que eu surte ainda mais, quero só acrescentar que o vídeo deu lá o seu trabalho e não se assuste com um gato em puro desespero no meio da coisa toda. O gato está me representando ali. Muito bom ator, diga-se. 


Espero que curtam o vídeo!


terça-feira, 18 de outubro de 2011

My Version: Cowboy Bebop!


Olá pessoal! Voltamos com mais um post My Version! Acho que já está virando uma constante aqui no blog. Como eu recebo poucos (mas valiosos) comentários (todos chora), não sei se estão gostando. Até alguém mandar um “Para com isso, cassete!”, vou continuar fazendo. XD Esta semana vamos apresentar o elenco especialmente escolhido por minha irmã Rafi para o filme live action de Cowboy Bebop!


Se me perguntar se sou fã deste anime, vou responder: “É, né... é legal, mas eu não curto muito... “ Tá louca? Esse anime é super-ultra-mega-bem produzido, com músicas da Yoko Kanno e abertura histórica! Isso é verdade, mas eu não consigo evitar separar as partes que me irritaram. Só pra citar a que mais me deixou decepcionada, foi a personagem da Faye Valentine. Ela tinha um visual ótimo, uma história bacana, mas foi meio mal aproveitada, beirando a chata. Tive a sensação que em algum momento da trama, já não sabiam o que fazer com ela. Isso é muito triste, pois ela tinha tudo pra tentar estar à altura de uma personagem feminina incrível: Fujiko, de Lupin the third


Essa é outra questão que me incomodava um pouco. Não sei se rolava ali uma inspiração, uma homenagem, mas várias coisas de Cowboy Bebop me lembravam de Lupin III. O Spike tinha até a calça pescando e sem aquele cabelão seria quase um irmão perdido do Lupin. Já a Julia era cuspida a Fujiko. Um visual comum, dirá você, mas e o Vicius? Se ele jogasse um Koleston Preto Azulado naqueles cabelos (grisalhos então, a tinta ia pegar que ia ser puro luxo) ficava a cara do Goemon! O fato de ambos usarem espada, mera coincidência, né? O Jigen eles disfarçaram bem, reconheço. XD É comum fazermos essas comparações, assim como é comum que elas não sejam propositais. São muitos animes saindo toda hora, é comum repetir certos visuais. Eu mesma fui vítima disto por anos com meu personagem Beiron, mas no caso de Cowboy Bebop, aquilo me doía mais, pois sou muito fã do Lupin III.

Voltando ao Cowboy Bebop de minha querida e fofa irmã, ela tentou reunir um elenco que respeitasse idades e essências dos personagens. Reza a lenda que um filme será feito por Hollywood no futuro, uma verdadeira premonição apocalíptica. Uma nuvem negra que ronda a cabeça dos otakus e os deixa sem dormir abraçados aos seus travesseiros da Madoka Magica. As últimas adaptações têm sido tão assustadoramente péssimas que esse terror é justificável. Mas na versão de minha hermanita, com J.J. Abrams na direção, que segundo ela: “Sabe fazer muito bem cenas de ação e cenas no espaço.”, o filme seria tudo o que você sempre sonhou.

Confere aí o My Version por Rafi:







Se você quiser dar sua opinião ou uma ideia de My Version, não se acanhe! É só mandar ver nos comentários! XD

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Saiu: Trailer do filme "This Means War"

O nosso blog não é um blog de notícias. Por uma razão simples: sou que nem marido corno, sempre a última a saber. Sempre vejo os filmes depois de todo mundo, fico sabendo muito mais tarde quem morreu, quem separou e quem tá com quem. Mas hoje, calhou de eu ter uma notícia fresquinha! Graças aos amados "Tom Hardy Pinky" e "Fuck Yeah Tom Hardy"!

Saiu o trailer do novo filme do Tom Hardy (mascoty oficial)!! OBAA!!! \o/

O trailer revela bastante do filme. Tom Hardy e Chris Pine vivem dois espiões apaixonados pela personagem da legalmente loira Reese Witherspoon. Eles acabam se enfrentando pelo coração da moça, o que promete cenas de ação e comédia. Tom está lindo (e normal, nem fortão, nem gigante como agora) e nós aqui somos suspeitos, mas no trailer ele janta o Chris Pine com uma garfada. O filme é bem mentiroso, pois é difícil acreditar que uma mulher que namora o Tom está em dúvida entre e ele e outro cara, ao invés de estar de joelhos subindo a escadaria da Penha em agradecimento a tanta glória! Tentamos ignorar o Tom como terceiro nome e estamos felizes com a certeza de que pelo menos esse filme vai passar nos nossos cinemas. Pois "Warrior" eu já desisti de esperar e "Tinker, Taylor, Soldier, Spy" será um milagre se passar aqui. 

Fiquem com o trailer:

 

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Tosqueira Total: O Minotauro


Acredito que vocês já devem ter notado que eu sou fã do ator Tom Hardy (o mascote oficial do blog), certo? E como toda fã dedicada e carinhosa, estou assistindo todas as produções dele. Os filmes pra cinema e tevê, as minisséries, os curtas. Tudo que ele fez antes e depois de Bronson (o filme que lhe deu grande projeção e deu fim no período de vacas magras e produções pobres). Entre as mais variadas pérolas, tive o prazer de assistir um dos piores filmes já feitos: O Minotauro.
 
Como a história do Minotauro não foi muito bem explorada no God fo War, vamos resumi-la no melhor estilo Tabby-chan (usando como base o programa “Clash of the Gods” do History Channel):

“O rei da ilha de Creta, Minos, deveria sacrificar um touro ao deus Poseidon, como era costume pelas bênçãos recebidas. Mas o touro era muito bonitão, fortão, um verdadeiro Chris Evans ruminante, fazendo com que o rei sacrificasse outro, mais caidinho, em seu lugar. Obviamente deu merda, né? Deuses gregos não suportam ser sacaneados e Poseidon jogou um feitiço na esposa de Minos, que ficou lôka pelo touro. Despudorada, ela pede ao inventor e gênio local, Dédalos, que construísse uma vaca de madeira pra ela entrar dentro e consumar seu amor com o másculo animal. Nove meses depois, Minos percebe que levou uma bola nas costas e o que nasce do ventre da rainha é uma criatura maligna, meio homem (no caso bebê, pois acabou de nascer), meio touro. Dédalos, corresponsável pela sacanagem original, constrói um enorme labirinto onde jogam o terrível Minotauro (batizado assim ele foi). Para aplacar a fera (ou para sacanear os atenienses, essa parte eu não me lembro do programa), eles jogavam 8 jovens ao monstro, vindos de Atenas. Certa vez, escondido entre eles, estava o jovem príncipe Teseu. Com a ajuda da princesa Ariadne, Teseu (que devia ser um Tom Hardy grego e sem camisa, pois ela se apaixona a primeira vista e manda o pai, o irmão Minotauro e o cassete para o alto ajudando o príncipe) mata a fera e salva a galera de virar almoço”.

No filme O Minotauro, de 2006, a história é praticamente essa, mas com algumas mudanças para pior. O povo que serve de lanche para Minoty (Minotauro para os mais chegados) não é grego, na verdade eles parecem uns vikings! Vivem numa vila paupérrima numas montanhas geladas e eu me perguntava como os vilões conseguiam arrumar oito jovens naquele lugar, que não parecia ter nem 15 pessoas circulando. Teseu aqui virou pastor de ovelhas e se chama Theo. Ele é uma criatura linda, sexy e adorável, mas que ainda está apaixonado pela pouco definida (sim, ela sempre aparecia desfocada na tela) Ffion, que foi levada à fera. Depois que a bruxa local, carinhosamente chamada de Leprosa diz a Theo que ele deve ir ao encontro de Minoty, mata-lo e resgatar sua amada do labirinto, ele nem pensa muito e toma o lugar de um infeliz figurante, partindo rumo à ilha do mal.


Gente, uma pausa: Os cenários desse filme são um capítulo à parte. Nem aquela novela mais pobre do SBT tem coisa parecida com aquilo! São de uma pobreza singular! Pra vocês sentirem o drama, os navios que vem buscar Theo e os outros só aparecem como uma sombra no horizonte. Na cena seguinte, todos já estão numa jaula de quinta dentro do navio. Coisa pobre, mesmo! Cenário de Zorra Total! Do nada, Theo acorda e diz: “Chegamos!” e já estão todos dentro do palácio! E que palácio! Sempre o mesmo cenário, com umas tochas e as paredes do mais barato isopor de carro alegórico do grupo de acesso! Impagável! Mal a trama se desenrola e todos já são jogados no labirinto de pedras fakes. Aliás, o que deveria ser um cenário de puro terror e medo era sempre o mesmo lugar, se via nitidamente que era um espaço pequeno, todos corriam pelos mesmos corredores. Deu até nostalgia daquele “As Aventuras da Tiazinha” na Band, onde sempre havia um mesmo cenário de subsolo. Naquela época a Band não tinha programas tão ruins quanto hoje...

Mas acho que poucas coisas foram tão perturbadoras quanto os personagens coadjuvantes! A começar pela presença sentencial de Rutger Hauer, que até ontem era uma espécie de ISO 9002 pra filme ruim, uma certeza de que se ele está no elenco é bomba! Os amigos de Theo que vão todos com ele para o labirinto (até porque não deve ter sobrado mais ninguém na vila, já que se tinha um time de futebol naquele lugar era muito) oscilam entre os maus atores, os primos e amigos do produtor e aqueles que são tão inexpressivos que você se perguntava: “Ué? Quem é esse? Chegou que horas aí no labirinto? Tava aí desde o início do filme?”. O sujeito que vive o asqueroso Rei Deucalion (peguei o nome no IMBD, pois não lembrava mesmo do nome desse mala) estava afetadíssimo e as cenas em que ele cheirava o gás que vinha do labirinto (que não era resultado da péssima dieta de Minoty, como eu pensei) eram de um nível de tosqueira especial. A princesa, aqui chamada de Raphaella, era toda modelo e como 90% do elenco feminino dos filmes do Tom Hardy, quis dar uma esfregada básica com ele. Isso eu achei bem realista e compreensível.

 "Tentei em vão um esfreguinha com o pastor delícia, Theo Hardy!"

O bicho em si é todo digital. Ao invés de fazerem um homem-touro, fizeram um touro gigante e sem couro. As cenas de assassinato são bem violentas, Minoty dava chifradas terríveis e o sangue cenográfico corria solto. Eu ri da morte da personagem histérica, que literalmente tomou na boca! A atriz deve ter tomado uma overdose de pastilha Valda depois das filmagens, credo! Gritava que nem louca! O final do filme é brochante e só mesmo um close do Tom sujinho pra gente não jogar o chinelo havaianas na tela do monitor de tanta raiva e indignação! Não dá pra acreditar que ele não ficou com a Globeleza da princesa (estou liberando spoilers porque sei que ninguém vai baixar essa tranqueira mesmo e muito menos ter coragem de alugar algo desse nível)! Cara, começar com a Ffion já levada ao Minoty, sem que a gente se envolva com o romance dos dois, matou qualquer torcida por ela! É o básico de qualquer roteiro, vamos combinar!

Quando subiu as letras ao final da sessão, me peguei pensando que Tom quase desistiu da carreira como ator. Não duvido que ele ficasse triste ao ver gente menos talentosa fazendo grandes produções, enquanto ele fingia medo em um labirinto de isopor e cola quente. Mas a vida dá voltas, o mundo gira e o esforço combinado ao talento um dia são recompensados. Hoje Tom é um dos mais interessantes e cobiçados atores em Hollywood. Todos tem um começo, pra alguns é mais fácil, pra outros a luta é dura. Mas a satisfação no final, incomparável. Quem um dia lutou com um Minotauro digital de terceira, amanhã vai enfrentar o Batman em um dos mais esperados filmes do ano. Tom Hardy, meu amor você já tinha, agora tem meu respeito e admiração para sempre.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Um filme chamado: A PELE



Olá amiguinhos! Essa semana apareceu na minha vida o trailer de um filme tenebroso, chamado Centopeia Humana 2. Não sei se foi aquela omelete no almoço, mas a verdade é que eu me senti fisicamente mal ao ver aquilo. Pensei em fazer um post sobre esses filmes nojentos, doentes e que não acrescentam nada na vida da gente, mas como o post anterior foi sobre uma série meio pesada, achei que essa sequência de horror não iria combinar com o rosa feliz do background. Pensei então em apresentá-los a uma pequena pérola que está entre os meus filmes favoritos da vida toda e que talvez a maioria não conheça: A PELE.

Poster do filme

A Pele (Fur: An Imaginary Portrait of Diane Arbus, 2006) foi estrelado por Nicole Kidman e Robert Downey Jr. O filme conta de forma lírica e fantasiosa a história da fotógrafa Diane Arbus. O trabalho de Diane é focado em retratos, em especial de pessoas fora dos “padrões normais da sociedade”, como travestis, velhos, crianças estranhas, pessoas com deficiências e etc. Seus trabalhos são lindos e esse gosto pelo bizarro é o fio condutor do filme. Segue a sinopse:

Diane Arbus é uma dona de casa reprimida, que ajuda o marido fotógrafo em uma Nova Iorque de 1958. Certo dia ela conhece o novo e misterioso vizinho, Lionel Sweeney, que sofre de hipertricose (aquela doença em que os pelos de todo o corpo crescem demais, deixando a pessoa como um lobisomem). Os dois iniciam um relacionamento que vai muito além da amizade e mudará sua vida para sempre.

É até difícil para eu destacar tudo que amo nesse filme, é difícil saber por onde começar. Diane é como muitas mulheres (e homens também) que escondem seus desejos, suas ambições, para se adequar ao que “se espera delas”. Se hoje já difícil ser você mesma, imagina numa sociedade repressora, machista e hipócrita como a dos anos 50? Desde menina Diane se sentia atraída pelo que era diferente, bizarro e incompreendido. Como revelar isso ao marido, aos amigos, à mãe? De onde tirar coragem pra ir aos lugares que sempre sonhou e conversar com pessoas que não pertencem ao seu ciclo social? Assim com Alice, que entra pela toca do coelho e descobre um novo mundo, Diane sobe as escadas e entra em um lugar onde ela pode colocar tudo isso para fora. Esse lugar é a casa de Lionel.

Lionel é tudo e mais um pouco. Não existe, para mim, personagem mais atraente, maravilhoso e incrível. Enfim, ELE É TUDO! Mas o que o faz tão especial, você se pergunta coçando o queixo. Eu respondo: Lionel compreende Diane, a incentiva e a apoia. Isso é tão simples, mas quantas pessoas em sua vida você pode dizer que te compreende e te apoia, do jeito que você é? Temos a sensação de que Lionel enxergou o talento nato de Diane e a incentiva a usá-lo, a explorá-lo, assim como ela explora um novo mundo ao lado dele. Uma espécie de submundo dos estranhos, dos rejeitados e excluídos da sociedade. O mundo dos sonhos de Diane. Tem como não se apaixonar por alguém assim?

Diane e Lionel saem pra explorar a Nova Iorque dos bizarros!

Mas como tudo na vida que é bom demais é efêmero, assim também é essa magia que os envolve. Não vou revelar spoilers, mas a cena da praia e seus desdobramentos me fazem chorar sempre que assisto. Não é nem de longe um dramalhão, mas você já está envolvido demais com aqueles dois pra não se abalar. Um amor como só o cinema parece capaz de criar.

Nicole Kidman está ótima, sem botox, com muita verdade. A química entre ela e Robert é intensa e os dois têm cenas com diálogos ótimos (como a do primeiro encontro ou a do camarim dos travestis). Mas pra mim Robert Downey Jr., (de quem eu já era fã bem antes do Iron Man) prova porque é um dos mais talentosos atores vivos hoje. Seu Lionel é pura magia, puro encantamento. Mesmo debaixo de todo aquele cabelo, os olhos expressivos de Robert saltam! Na cena que seria o “início do fim” do personagem, a expressão que ele faz antes de deixar Diane entrar pela porta é só para os grandes atores. Apenas para eles.

Diane e o casaco de cabelos!

Eu considero esse filme um dos meus favoritos por todas as sensações (fortes e inesquecíveis) que me proporcionou. Por ver uma personagem desabrochar sua individualidade, sua arte e por retratar uma das mais belas histórias de amor que já vi em película. Além de ter uma atriz que gosto muito e um ator que venero. Sim, esse filme acrescentou muito em minha vida e nem é preciso ter estômago para vê-lo, apenas coração.