quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Eu que fiz, mãe! : Vídeo do Wuthering Heights


Este post não é sobre o livro O Morro dos Ventos Uivantes (Wuthering Heights), nem sobre a adaptação de 1992 com a Juliette Binoche e muito menos sobre a versão com o nosso mascotinho Tom Hardy de Heathcliff. Este post é sobre a superação, sobre a tenacidade do espírito humano, sobre a coragem do homem (no caso, da mulher) sobre a máquina: a minha vitória sobre o ardiloso programa Vegas. Sim, eu fiz um vídeo no Vegas! Sim, eu venci! Não foi exatamente uma vitória acachapante, foi mais uma vitória pálida, tipo as que os americanos andam tendo nas suas últimas guerras, vencem mas parece que tudo ficou a mesma porcaria.

Quando decidi fazer um vídeo no Vegas, não sabia que esse programa era tão nefasto, com inúmeros recursos que eu acho que nunca vou dominar. No final, me dei conta que não sou boa em editar música e nem imagem, mas me diverti e já preparo outro vídeo que sairá em breve. Quem não conhece esse programa, saiba que ele é ótimo e o melhor pra fazer edição na minha opinião. Que vale shit nenhuma, já que eu usava o Windows Movie Maker, que em comparação seria o Justin Bieber banguela e com dengue, enquanto o Vegas seria o Tom Hardy como Eames (de A Origem), espalhando furor sexual e todo trabalhado no melhor estilo cafa. Porque se tem um programa cafajeste, esse é o Vegas! Ele te oferece um mundo de delícias, pra depois te jogar na realidade com um tapa na cara e ainda te chamar de vagabunda!

Meu primeiro vídeo foi uma experiência frustrante com várias cenas de gente dançando (incluindo TVXQ e os malucos do filme Bronson) ao som de uma música disco hilária que tirei de um desenho marcante da infância, chamado Galaxy Goof-ups. Quem não ligou os pontos, é um desenho lamentável no qual Zé Colmeia e seus amigos eram policiais do espaço que paravam qualquer coisa que estivessem fazendo para dançar numa discoteca. O desenho me marcou quando era muito menina, pois achava engraçado vê-los dançando tão mal animados. Depois dessa tentativa tétrica, quase joguei a toalha, mas a determinação humana é mais forte e acabei fazendo um vídeo do filme pra tevê de 2009 de Wuthering Heights.

Sou sujinho, mas ela me ama! Yay!

Wuthering Heights, ou O Morro dos Ventos Uivantes, teve muitas versões pra cinema e tevê, mas eu só vi duas: a de 1992, com Juliette Binoche (Cathy) e Ralph Fiennes (Heathcliff), e a de 2009, com Charlotte “sou sortuda pra cassete” Riley (Cathy) e Tom Hardy (Heathcliff). Eu sou suspeita pra falar, mas a versão do nosso massacoty foi a que mais gostei. Ela pode nem ser muito fiel ao livro (que eu li, ok?), mas pelo menos não é chata como a de 92. Essa versão da Binoche foi esculachada pela crítica e com razão. O filme é sacal, o Finnes faz um Heathcliff meio sem emoções, mais pro frio que pro maligno e ao invés de parecer moreno, ele parecia sujo! Aquele lá não sabia o que era banho há semanas! A escolha de usar a mesma atriz pra fazer mãe e filha foi lamentável e o Hareton parecia mesmo o Tarzan. E o que a Sinead O’Connor (usando uma óbvia peruca, já que todos sabemos que ela é careca) estava fazendo naquele filme ainda permanece um mistério para mim. Mas nem tudo saiu errado, amiguinhos, a melhor cena do filme não seria metade do que ela é sem a música divina do Ryuchi Sakamoto! A música tema é muito bonita, tanto que a usei no meu vídeo. Você achou que eu ia usar a da Kate Bush? Imortalizada pelo Angra? Não, amores, eu não bebi (tanto) naqueles dias.

Eu sei que os otakus de Wuthering Heights devem ter chiado com as mudanças de roteiro da versão de 2009, que sumiram com o Sr. Lockwood (ainda bem, ele era meio chato), alteraram coisas (como a idade dos personagens) e incrementaram com pegação! Sim meus queridos amiguinhos! A coisa esquenta na charneca! Cathy fazendo a loka de camisola, perdendo a linha pelo seu bofe magia (e tem como culpa-la?), puro fogo da danação! E mesmo desfilando com as perucas mais extraordinariamente fakes (e indomáveis, pois mudavam ao bel prazer), nosso Tommy arrasou como Heathcliff e o construiu como sempre o imaginei, com muita paixão e cinismo! Acho que o Tom Hardy também deve levar as outras pessoas a pensar em sexo (e em sacanagem) naturalmente, afinal encaixar uma cena (muito legal, na minha opinião) de esfrega entre Heathcliff e Isabela não tinha muita razão de ser. Mas não sou eu que vou reclamar, embora tenha faltado um pouco mais de pele. Antes que a coisa fique fora do controle, vou terminar comentando que os atores todos vão bem, inclusive os que fazem Hareton (aquele moleque é argentino, ninguém me convence do contrário), Catherine, Linton e Edgar (que é o policial do Walking Dead). Ah! Uma curiosidade: seguindo a tradição dos grandes amores que saem da tela e tomam à vida real (como Jade e Lucas, de O Clone), Tom Hardy e Charlotte Riley se conheceram nas filmagens e hoje são noivos. Não é lindo? Com a benção dos fantasminhas de Cathy e Heathcliff que ainda assombram a velha Inglaterra...

Sem maiores enrolações, deixo com vocês minha obra de arte (que a trollagem nos comentários comece!):



sexta-feira, 26 de agosto de 2011

El Chavo del ocho



Semana passada foi ao ar o último capítulo da novela Insensato Coração, ao mesmo tempo, segundo testemunhas no twitter, era apresentado o especial do Chaves (aquele que a Marília Gabriela fugiu feito o diabo da cruz com medo da óbvia semelhança com a Dona Florinda) em comemoração aos 30 anos do SBT. Eu assisti ao final da novela da Globo, nem sabia que estava passando isso no canal do Seu Silvio, mas mesmo que soubesse a vergonha alheia ia me impedir de assistir. Bem verdade que aquela novelinha também me causou vergonha, vamos combinar, mas a verdade é que digam o que disserem, o Chaves é eterno!

Fazer humor não é fácil. Quem disser que é moleza é geralmente um chato que se acha engraçado, tipo o Rocky Dennis, quero dizer, Russell Brand e só consegue arrancar bocejos. Fazer humor é tão complexo que quem não tem talento apela para os meios mais fáceis, que falam aos nossos sentimentos mais primitivos: humilhação e escatologia. Quando vemos alguém sendo humilhado, a maldade em nós é alimentada e nos sentimos superiores por alguns segundos. Quando o alvo das brincadeiras maldosas são pessoas famosas, bonitas e melhores que nós em quase tudo, o prazer é ainda maior. E rir das funções básicas (fezes e flatulências, nomes chiques pra merda e peido) é quase uma coisa infantil, deve nos remeter a nossa fase anal (uma fase que todo mundo passa, até a Sandy), sei lá. Tudo isso faz rir uma, duas vezes. Mas não faz rir sempre. Chaves faz.

Desafio alguém a escrever nos comentários que nunca riu de alguma piada do Chaves. A tosqueira da produção, os cenários pobres, os efeitos de quinta, tudo isso pode afastar os mais exigentes, mas o humor permanece intacto. A comédia no Chaves é ingênua praticamente, mas muito, muito eficiente. Eu ainda rio e muito quando assisto e posso dizer de coração aberto que Chaves foi a minha maior escola de fazer humor.

Pra quem não me conhece, eu desenho quadrinhos no estilo mangá. Gosto de mangás de vários gêneros, mas eu só consigo produzir comédias. Quando tentei fazer um mangá de terror, ele acabou virando uma espécie de Scooby-doo de quinta, sendo que a trama parece com a de um episódio do Chapolin Colorado. Minhas primeiras experiências com quadrinhos nesse estilo foram em fanzines, com uma história chamada “Hot Witchcraft”, que era completamente zuada e sem muita noção. Eu queria fazer algo bem engraçado e confesso que pelo menos a mim fez rir. Aquela coisa pastelão, de rir da idiotice do personagem foi o que eu fiz (e só consigo fazer nesse estilo mesmo). E não é nisso que a comédia em Chaves se baseia?

Esquecendo o fato de que são adultos (alguns deles com rugas visíveis) interpretando crianças e dos figurinos e cenários mambembes, acho o elenco de Chaves muito afiado. Os atores que dão vida a Quico, Chiquinha e o próprio Chaves são muito expressivos, mas acho que ninguém se compara ao Seu Madruga! Gente, ele é muito bom ator! Sem contar que esse personagem é muito bem construído, malandro, trambiqueiro, irritadiço e esculhambado por todos o tempo inteiro. Não por menos ele se tornou uma espécie de ícone pop da América Latina, com camisas à la Che Guevara e afins. Sem contar que acho a série, filmada na década de 70, uma das menos machistas de tevê! Nem as novelas de hoje são menos machistas que Chaves. Não me refiro ao tratamento dispensado ao Seu Madruga pela Dona Florinda, mas colocar a Chiquinha como a mais esperta da vila. Sem contar que a proporção (e função) de personagens masculinos e femininos não é tão irregular como em algumas produções, ainda mais se tratando de programa humorístico. A dublagem nacional também tem muitos méritos, não só na interpretação das vozes, mas nas adaptações muito bem feitas.

Não me admira que o SBT tenha feito uma homenagem (teve ter sido essa a ideia, né?) a esse programa que faz parte da vida da gente há tantos anos. Eu sou fã confessa e não tenho um pingo de embaraço ou vergonha de admitir que assistia, assisto e enquanto estiver no ar, continuarei assistindo.

domingo, 21 de agosto de 2011

My Version: Blade Runner

Depois de dois “Pra que gente?”, resolvi fazer um “My version” pra variar. Como estamos vivendo uma época de muitos remakes (muitos deles totalmente desnecessários e revoltantes), achei que seria interessante comentar essa última de que o filme clássico Blade Runner ganharia um remake ou continuação, não sei bem. Acho péssima a ideia de remexer nesse filme, mas mediante ao inevitável, escalei um elenco pessoal para o filme. Bem, não foram minhas as escolhas, mas do meu irmão Rodrigo, fã ardoroso de Blade Runner.

Quem ainda não viu Blade Runner não sabe o que está perdendo. Não posso me considerar uma super fã do filme, mas reconheço o quanto ele é incrível. Muitos filmes e animês beberam nessa fonte sem pudor algum e não é pra menos. Mesmo hoje, depois de toda a evolução técnica, as tomadas da cidade do futuro são impressionantes. Eu mesma posso falar alguma coisa sobre a iluminação do longa, já que fiz um trabalho sobre luz no cinema e Blade Runner foi obviamente um exemplo de iluminação e fotografia espetacular. Daí fica a pergunta: pra quê remexer num clássico desses? Deixa os titãs dormindo seu sono em paz! Nem adianta vir me dizer que com o Ridley Scott no meio a coisa não tem como desandar! Eu só vou te responder: George Lucas e Jar Jar Binks. E aí, linda?

Mas deixando a revolta de lado, pedi ao meu irmão que fizesse uma lista de atores pra um remake de Blade Runner. Ele se esforçou para respeitar as idades dos personagens e acredito eu, a essência de cada um. Eu queria o Tom Hardy de Roy, mas ele disse que ele era muito moleque e assim como o Clive Owen estava passado pra fazer o Deckard. Tudo bem, acho que entendo isso. Segundo ele, escolher o Roy é como escolher um novo Hannibal Lecter ou Dirty Harry. Acho que ele tem razão, afinal sempre achei aquela cena final, com aquele discurso derradeiro de arrepiar.

My Version: Blade Runner by Rodrigo (irmão da Tabby)











Gostaram? Outros "My Version" virão por aí. Por quê? Porque é divertido demais fazer isso! XD Quem discordar, concordar ou pra quem não sabe do que estamos falando, deixa o comentário aí!

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Pelados em Hollywood


Alguns dias atrás, um querido amigo me perguntou se eu estava viciada em Tom Hardy (de onde ele tirou isso?) e se eu já tinha visto o curta metragem no qual ele aparece pelado. Nu frontal mesmo, tudo de fora. Depois de assistir Bronson, o que a Charlotte Riley vê em casa todo dia não era mais segredo pra ninguém. Mas, como eu não estava fazendo nada naquela hora, pedi auxílio ao profeta (google) e não foi muito difícil encontrar. O curta em si, nem vi, mas a cena em questão foi mole de achar. Depois de pensar um pouco sobre aquilo, no caso me refiro a situação toda, me lembrei de outro ator gatinho (o Tom Hardy não é bem um gatinho, vamos combinar, tá mais pra um tigre XD) que começou a carreira com filmes alternativos, nos quais ele não se fazia de rogado e mostrava tudo. Quem disse Ewan McGregor ganhou um doce (aquele de abóbora em formato de coração que vinha nos saquinhos de Cosme e Damião)!

Quando Ewan era mais novo, ele fez filmes interessantes e ousados, como Transpoting, Velvet Goldmine e Livro de Cabeceira. Assisti aos três e em todos eles, Ewan aparecia sem roupa. Acho que Trainspoting todo mundo viu, afinal se ainda não virou cult, deveria virar. O elenco está quase todo ainda em atividade: Kelly Macdonald fez outros filmes, como Onde os fracos não tem vez e está na série Boardwalk Empire; Robert Carlyle também atuou em muitos filmes, até fazendo um zumbi na continuação de Extermínio; Kevin Mckidd está hoje em Grey’s Anatomy e quem é fã da série e não conhece Transpoting, vai ter um colapso ao ver como o Mckidd era naquela época; Jonny Lee Miller eu não sei o que anda fazendo, mas foi namorado da Angelina Jolie na época lokassa dela, então acho que conta como currículo. De todos, o mais bem sucedido é mesmo o Ewan, que emplacou vários sucessos desde então.

Velvet Goldmine é um filme glitter e é obrigatório pra quem curte música (no caso, glam rock, que eu não conhecia e continuo sem conhecer nada), muito brilho e para fãs de yaoi. XD Jonathan Rhys Meyers e Christian Bale também estão no elenco. O filme é ousado e pode ser polêmico para quem tiver algum tipo de reserva quanto a relações homossexuais ou não gostaria de ver o Batman “se dando” bem com o personagem do Ewan. Livro de cabeceira já é um filme, digamos “alternativo e artístico”. Sabe aqueles filmes que tem roteiros meio estapafúrdios, mas que estão no hall de filmes de arte, pela ousadia ou pelo nome do diretor (Alô? Lars Von Trier?)? Pois é, esse filme é assim. Aqui nós temos um Ewan jovem e bonito, vivendo Jerome, que faz sexo com a japonesa Nagiko, que fica toda trabalhada na devassidão quando escrevem nela (?) e também visita a cama do editor, um velho japonês que no passado também recebia favores sexuais do pai da Nagiko. Pois é.

Mas afinal, que diabo tudo isso tem a ver com o curta do Tom Hardy peladão? Tudo! Assim como Ewan foi um dia, Tom é um ator jovem e cheio de experiências ousadas no currículo (as outras experiências ousadas dele a gente deixa no plano imaginário), que incluem personagens complexos, cenas de nudez e muito comprometimento. Sim, porque se uma atriz medíocre raspa a cabeça e quase leva um Prêmio Contigo!, o que dizer de quem modifica o corpo e mostra as jóias da família na tela sem pudor? Sem mencionar a interpretação, né? Mas eis que ele, assim como ocorreu com Ewan, está sendo descoberto por Hollywood. Logo teremos mais e mais filmes chegando aos cinemas com Tom no elenco, entre eles o Batman 3. Se tudo der certo, logo ele irá entrar para um novo time de astros e até mesmo arrumar os dentes! Sim, você leu direito! Arrumar os dentes!!! O desespero já toma as ruas...

O cinemão de Hollywood é um mundo mágico, único e especial. Eu estaria mentindo se dissesse que não curto um filme pipocão ou uma comédia romântica previsível. Mas o lado ruim é que esse cinema “empacota” suas estrelas. Principalmente os mais jovens, que acabam perdendo a individualidade e se adequando a um padrão. Não vão mais voltar àqueles filmes ousados e despudorados de antes. Você se lembra de algum filme recente de Ewan nesses termos? Aquele filmeco chamado A Lista – Você está livre hoje? além de ser ridiculamente óbvio, flertava com a ideia do sexo livre e sem pudores, mas o que vimos foram cenas sexo bem compartadas, que não fariam nem a Taylor Swift corar (porque a Sandy agora é do time das que gostam). Ewan ficou famoso e não parou mais de trabalhar. Fez grandes produções, como Moulin Rouge e Star Wars, mas nunca mais foi o mesmo. Pode ser a idade, mas ele ainda é muito jovem, não é desculpa. O que acredito é mesmo no esquemão que tenta sempre nos tornar iguais e padronizados, como uma linha de montagem. No cinema e na vida, né?

Espero que o Batman 3 não seja o Star Wars da carreira de Tom. Espero que ele fuja do esquemão e se torne um daqueles atores chamados “estranhos”, porém de talento inquestionável, tipo o Sean Penn, que sabe ousar, sabe se enquadrar e permanece fiel a si mesmo. Eu ia citar o Daniel Day Lewis também, mas depois de vê-lo cantar (e pagar com cheque-pré o king kong de uma vida) em Nine... Gosto demais do Tom pra desejar tal destino a ele.