Acredito que vocês já devem ter
notado que eu sou fã do ator Tom Hardy (o mascote
oficial do blog), certo? E como toda fã dedicada e carinhosa, estou
assistindo todas as produções dele. Os filmes pra cinema e tevê, as minisséries,
os curtas. Tudo que ele fez antes e depois de Bronson (o filme que lhe deu grande
projeção e deu fim no período de vacas magras e produções pobres). Entre
as mais variadas pérolas, tive o prazer de assistir um dos piores filmes já
feitos: O Minotauro.
Como a história do Minotauro não foi muito bem explorada no God fo
War, vamos resumi-la no melhor estilo Tabby-chan
(usando como base o programa “Clash of the Gods” do History Channel):
“O
rei da ilha de Creta, Minos, deveria sacrificar um touro ao deus Poseidon, como
era costume pelas bênçãos recebidas. Mas o touro era muito bonitão, fortão, um
verdadeiro Chris Evans ruminante, fazendo com que o rei sacrificasse outro,
mais caidinho, em seu lugar. Obviamente deu merda, né? Deuses gregos não
suportam ser sacaneados e Poseidon jogou um feitiço na esposa de Minos, que
ficou lôka pelo touro. Despudorada, ela pede ao inventor e gênio local,
Dédalos, que construísse uma vaca de madeira pra ela entrar dentro e consumar
seu amor com o másculo animal. Nove meses depois, Minos percebe que levou uma
bola nas costas e o que nasce do ventre da rainha é uma criatura maligna, meio
homem (no caso bebê, pois acabou de nascer),
meio touro. Dédalos, corresponsável pela sacanagem original, constrói um enorme
labirinto onde jogam o terrível Minotauro (batizado
assim ele foi). Para aplacar a fera (ou para
sacanear os atenienses, essa parte eu não me lembro do programa), eles
jogavam 8 jovens ao monstro, vindos de Atenas. Certa vez, escondido entre eles,
estava o jovem príncipe Teseu. Com a ajuda da princesa Ariadne, Teseu (que devia ser um Tom Hardy grego e sem camisa, pois ela
se apaixona a primeira vista e manda o pai, o irmão Minotauro e o cassete para
o alto ajudando o príncipe) mata a fera e salva a galera de virar almoço”.
No filme O Minotauro, de 2006, a história é
praticamente essa, mas com algumas mudanças para pior. O povo que serve de
lanche para Minoty (Minotauro para os mais chegados) não é grego, na
verdade eles parecem uns vikings! Vivem numa vila paupérrima numas montanhas
geladas e eu me perguntava como os vilões conseguiam arrumar oito jovens
naquele lugar, que não parecia ter nem 15 pessoas circulando. Teseu aqui virou pastor de ovelhas e se
chama Theo. Ele é uma criatura linda,
sexy e adorável, mas que ainda está apaixonado pela pouco definida (sim, ela sempre aparecia desfocada na tela) Ffion, que foi levada à fera. Depois que
a bruxa local, carinhosamente chamada de Leprosa
diz a Theo que ele deve ir ao
encontro de Minoty, mata-lo e
resgatar sua amada do labirinto, ele nem pensa muito e toma o lugar de um
infeliz figurante, partindo rumo à ilha do mal.
Gente, uma pausa: Os
cenários desse filme são um capítulo à parte. Nem aquela novela mais pobre do
SBT tem coisa parecida com aquilo! São de uma pobreza singular! Pra vocês
sentirem o drama, os navios que vem buscar Theo
e os outros só aparecem como uma sombra no horizonte. Na cena seguinte, todos
já estão numa jaula de quinta dentro do navio. Coisa pobre, mesmo! Cenário de Zorra Total! Do nada, Theo acorda e diz:
“Chegamos!” e já estão todos dentro
do palácio! E que palácio! Sempre o mesmo cenário, com umas tochas e as paredes
do mais barato isopor de carro alegórico do grupo de acesso! Impagável! Mal a
trama se desenrola e todos já são jogados no labirinto de pedras fakes. Aliás,
o que deveria ser um cenário de puro terror e medo era sempre o mesmo lugar, se
via nitidamente que era um espaço pequeno, todos corriam pelos mesmos
corredores. Deu até nostalgia daquele “As
Aventuras da Tiazinha” na Band, onde sempre havia um mesmo cenário de
subsolo. Naquela época a Band não tinha programas tão ruins quanto hoje...
Mas acho que poucas coisas foram tão perturbadoras quanto os
personagens coadjuvantes! A começar pela presença sentencial de Rutger Hauer,
que até ontem era uma espécie de ISO 9002 pra filme ruim, uma certeza de que se
ele está no elenco é bomba! Os amigos de Theo
que vão todos com ele para o labirinto (até porque
não deve ter sobrado mais ninguém na vila, já que se tinha um time de futebol
naquele lugar era muito) oscilam entre os maus atores, os primos e
amigos do produtor e aqueles que são tão inexpressivos que você se perguntava: “Ué? Quem é esse? Chegou que horas aí no
labirinto? Tava aí desde o início do filme?”. O sujeito que vive o
asqueroso Rei Deucalion (peguei o nome no IMBD, pois
não lembrava mesmo do nome desse mala) estava afetadíssimo e as cenas em
que ele cheirava o gás que vinha do labirinto (que
não era resultado da péssima dieta de Minoty, como eu pensei) eram de um
nível de tosqueira especial. A princesa, aqui chamada de Raphaella, era toda modelo e como 90% do elenco feminino dos filmes
do Tom Hardy, quis dar uma esfregada básica com ele. Isso eu achei bem realista
e compreensível.
"Tentei em vão um esfreguinha com o pastor delícia, Theo Hardy!"
O bicho em si é todo digital. Ao invés de fazerem um homem-touro,
fizeram um touro gigante e sem couro. As cenas de assassinato são bem violentas,
Minoty dava chifradas terríveis e o
sangue cenográfico corria solto. Eu ri da morte da personagem histérica, que
literalmente tomou na boca! A atriz deve ter tomado uma overdose de pastilha
Valda depois das filmagens, credo! Gritava que nem louca! O final do filme é
brochante e só mesmo um close do Tom sujinho pra gente não jogar o chinelo
havaianas na tela do monitor de tanta raiva e indignação! Não dá pra acreditar
que ele não ficou com a Globeleza da princesa (estou
liberando spoilers porque sei que ninguém vai baixar essa tranqueira mesmo e
muito menos ter coragem de alugar algo desse nível)! Cara, começar com a
Ffion já levada ao Minoty, sem que a gente se envolva com o
romance dos dois, matou qualquer
torcida por ela! É o básico de qualquer roteiro, vamos combinar!
Quando subiu as letras ao final da sessão, me peguei pensando que
Tom quase desistiu da carreira como ator. Não duvido que ele ficasse triste ao ver
gente menos talentosa fazendo grandes produções, enquanto ele fingia medo em um
labirinto de isopor e cola quente. Mas a vida dá voltas, o mundo gira e o
esforço combinado ao talento um dia são recompensados. Hoje Tom é um dos mais interessantes
e cobiçados atores em Hollywood. Todos tem um começo, pra alguns é mais fácil,
pra outros a luta é dura. Mas a satisfação no final, incomparável. Quem um dia
lutou com um Minotauro digital de terceira, amanhã vai enfrentar o Batman em um
dos mais esperados filmes do ano. Tom Hardy, meu amor você já tinha, agora tem
meu respeito e admiração para sempre.
4 comentários:
xii...escancarando de vez(elymar santos)no finalzinho do texto...
difícil saber quem fez mais tranqueiras, tom hardy ou naomi watts. legal eles colherem hj em
dia. adorei o texto, ri muito. "carinhosamente chamada de leprosa"...foda.
Hahaha! Sério que ninguém desconfiou? XD
Que bom que gostou do texto, me diverti escrevendo. Agora o Tom está colhendo os frutos de seu esforço. Muita sorte para ele!
KKKKK... Muito bom, nem sei o que comentar... Acho que "Minoty" foi o melhor apelido para um monstro que eu já ouvi. XD
Hehehehe! Minoty agradece! XD
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