sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Meu mangá enfim entre nós

Demorou, mas chegou o dia! Finalmente estou compartilhando a parte 1 (de 3) do meu mangá "Smells Like Mystery". Levei muito tempo lidando com tantas coisas que ele demorou praticamente 2 anos para estar aqui conosco. Já tinha um bom tempo que as páginas estavam mais que prontas, mas eu resolvi esperar para lançar. Queria ter pelo menos algumas páginas prontas do meu outro projeto e acabei esperando para compartilhar. Por um tempo achei que era isso, um planejamento apenas, mas acabei descobrindo que não era bem assim. Mas não vou voltar ao assunto que foi abordado no post anterior, né? Agora é pensar pra frente!

"Smells Like Mystery" é um mangá de comédia, apesar de tentar ter um clima terror (acabei lançando no halloween, olha que coisa XD)! Na verdade ele é um spin off do meu próximo mangá, "Smells Like Cookie", que é bem diferente. Tem mais romance e drama. Já comecei o trabalho novo e o primeiro capítulo já está pronto (tem quase o mesmo número de páginas de SLM inteiro), com o segundo quase terminado. Espero poder compartilhar com todos o mais breve possível. 

Espero que vocês gostem e, se puderem, compartilhem com os amigos. :) Críticas, comentários e sugestões são mais que bem vindos! :)

Smells Like Mystery: AQUI


segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Foi por pouco

Sinceramente eu não achei que um dia voltaria a escrever no blog. Nossa última atualização foi em 14 de dezembro de 2012! Quase dois anos sem nada de novo por aqui. Pensava em retomar, comentar algo que vi ou li, mas logo o desânimo batia e eu desistia. Com o tempo eu fui me dando conta que a única coisa que se mantinha vivo em mim era justamente o maldito desânimo. Não apenas com o blog. Mas com meu desenho. Foi por pouco que eu não joguei a toalha.

Não sei se vocês já se sentiram assim, desanimados, sem perspectiva em relação a algo. Aquilo é importante para você, mas a falta de motivação te aleija de uma forma que é complicado continuar. Pensei muito nos motivos que me levaram a tamanho desânimo e acho que ainda não cheguei a uma conclusão concreta.

Poderia ser a frustração de como arte é tratada no Brasil? Quantos de nós, desenhistas e ilustradores, já nos deparamos com um muro diante dos olhos. De um lado a falta de incentivo, o mercado mambembe, a matilha de críticos, a falta de apoio. Do outro a vida que cobra sua parte, a faculdade, o trabalho, a família, os problemas. Infelizmente são poucos os casos de profissionais brasileiros de quadrinhos que vivem de sua arte. Então temos que colocar na balança o que o desenho representa para nós e se é possível continuar equilibrando pratos dia após dia.

Desde que comecei a desenhar, nunca tive dúvidas. Não que eu fosse cheia de certezas quanto ao meu “talento” ou quanto a resultados financeiros, mas eu nunca hesitei. Nunca pensei em desistir. Por mais difícil que fosse, por mais penoso, por mais cansativo, sempre havia algo dentro de mim que me empurrava, me colocava diante de um papel em branco. Mas recentemente eu senti essa força fraquejando em mim. E por mais que isso me doesse, não conseguia ir adiante. Comecei a me dedicar aos estudos para prestar concursos, comecei a me dedicar mais ao design, a trabalhar com imagens e fotos, a explorar outras coisas. Passei muito mais tempo com minha outra paixão (os filmes de bollywood) que me fazia esquecer uma boa fatia de meus problemas profissionais e pessoais e simplesmente deixava o barco correr.

Não sei exatamente quando ou como foi ou se teve algum momento em particular que algo em mim mudou novamente. Mas aconteceu. Acho que me dei conta que antes de tudo amo contar histórias. E a forma que encontrei de realiza-las foi com o mangá. Conjugar desenho e história de um jeito especial pelo qual sou apaixonada. Comecei a perceber que me sentia doente sem meu desenho, sem colocar tudo na folha, sem usar as retículas, sem colocar as falas nos balões. Eu estava cansada, frustrada, não enxergando luz no fim do túnel, com todos os motivos para desistir, mas simplesmente não conseguia. Não consigo. Então só havia duas opções diante de mim: desapegar ou continuar. E escolhi continuar.

Quem é meu amigo deve saber quem é Shahrukh Khan, mas quem não conhece, ele é um ator indiano, chamado "rei de bollywood" e uma das pessoas mais bem sucedidas que você poderia imaginar. Ele é uma aberração, pois em situação normal jamais faria sucesso no cinema da Índia. Perguntaram para ele qual o segredo do sucesso. Imagino que ele deve ter respondido essa pergunta centenas de vezes, mas a resposta que eu li, que caiu no meu colo, foi: “Deixar de fora o negativo; não competir, mas participar e rezar também.”

Ser otimista e confiante é o desafio da minha vida. E “não competir, mas participar” parece algo tão absurdo nesse mundo competitivo, de tão poucas oportunidades, mas interpretei como: fazer algo para acrescentar e não esperando que o universo te dê alguma coisa em troca. Mas a arte não é isso? Dar a sua contribuição? Eu percebi que desenhar minha história é contribuir, participar, acrescentar ao processo. Boa ou ruim, divertida ou sem graça, ela é a minha parte, minha contribuição, minha participação. E sem esperar nada em troca. Fazer, talvez pela primeira vez em minha vida, algo por mim mesma. Acho que tudo fez tanto sentido para mim que de alguma forma Shanrukh Khan entrou na minha vida para me deixar esse ensinamento.


Resumindo tudo isso, quero dizer que não pretendo deixar a peteca cair. Não quis dizer ali em cima que artistas devem trabalhar de graça, nada disso, por favor. Estou falando de algo mais profundo, de alguém que está reencontrando uma motivação, uma força de continuar que pensou estar perdida. Eu não sou a melhor desenhista, nem tenho os melhores contatos, nem a melhor saúde do mundo, mas eu tenho muito, muito amor pelo que faço. E nada, nada neste mundo paga a satisfação de ver uma página prontinha, com retículas e balões, tudo feito por mim. E enquanto esse sentimento for maior que tudo, não pretendo desistir.  

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Crítica: Switch Girl!! dorama



Oi pessoal!


Depois de um longo tempo sem conseguir ver um dorama, finalmente terminei de assistir a divertidíssima adaptação do mangá shoujo “Switch Girl!! “para as telinhas. O dorama foi ao ar no dia 24 de dezembro de 2011 e contou com 8 episódios. Acho incrível como esses seriados japoneses são curtinhos e ainda assim contam tão bem uma história. Dá vergonha das novelas nacionais que tem cento e poucos capítulos e não acontece absolutamente nada.
 

A sinopse:


“Tamiya Nika é uma aluna linda e perfeita, admirada por sempre estar com um visual impecável. O que ninguém sabe é que Nika é uma farsa. Quando chega em casa, troca as delicadas atitudes da “Nika On” pela despachada “Nika Off”, se transformando em uma garota sem modos, que usa roupas surradas e cafonas, dorme em um quarto que é um nojo, come sem um pingo de educação e fica animadíssima com uma liquidação de supermercado. Mas tudo muda quando conhece Arata, um rapaz lindo que faz exatamente como ela, no entanto, se transforma em um nerd estranho na escola e fora dela é o típico herói de shoujo mangá. Será que agora que Arata sabe a verdade sobre Nika, seu segredo está ameaçado?”


Nika ON e Nika OFF! XD
“Switch Girl!!” é um dorama muito divertido! Ele tem alguns momentos mais tensos, mas no geral é só comédia mesmo. A personagem Nika é hilária e nada tem a ver com a Miyazawa de Kare Kano. Antes de qualquer coisa, Miyazawa queria ser a melhor aluna e mal começa a se relacionar com Arima, vai deixando de se vestir de forma estranha. Já Nika é uma aluna fraca, mas que faz sucesso com sua beleza. O lado largadão de Nika é muito melhor explorado que o de Miyazawa, tornando-se uma atração na série. Volta e meia são feitas piadas com esse lado dela, que não é algo passageiro, mas quem Nika realmente é. A cena que todos os amigos de Nika estão estudando na casa dela é divertidíssima, com direito a peido na almofada e participação hilária da mãe e da irmã da protagonista. XD

Arata é muito fofinho! E eu adooooro quando ele está de nerd... XD


Os atores foram uma escolha acertadíssima! Arata é um personagem até manjado, o herói shoujo caladão, cool e lindo. Mas o ator Kiriyama Renn foi muito bem e é difícil não gostar dele. Mas o dorama é todo da Nishiuchi Mariya, que vive a Nika. Essa garota tem futuro! Muito engraçada, fazendo as caretas mais divertidas possíveis e arrasando nas cenas mais sérias também. Um grande acerto coloca-la como protagonista. Também quero destacar os coadjuvantes, (não sei se estão todos no mangá, pois li pouco dele) como a Rainha Macaco e os 3 nerds bobões que me fizeram rir muito durante a série. Em um episódio em particular, todos vão dar um rolê em Akihabara (o bairro dos otakus) e acontecem várias situações divertidas, como uma ida a um Tsundere Café e um teste pra saber se você é um otaku (eu fui reprovada!).

 Olha como eles são lindinhos no mangá... *__*

“Switch Girl!!” é um mangá que sempre quis ler, mas acho que precisarei apelar para os piratex mesmo, já que nem em meus sonhos mais inocentes o vejo sendo publicado no Brasil. Se o mangá for tão engraçado quanto o dorama, é obrigatório para mim! O blog recomenda muito a série, que mesmo não sendo perfeita (aquele professor vingativo foi meio nada a ver, mas não tirou o brilho da série), cumpre seu papel de divertir muito bem. Mas caso você faça certas coisas que a Nika faz quando não tem ninguém olhando ou quando chega em casa cansado do trabalho/faculdade/escola, não fique deprimido! Acredite, você não é o único!! XD

Uhauahuahua! Impossível não amar a Nika...

sábado, 8 de dezembro de 2012

Tenho um roteiro, e agora?



Oi pessoal!

Desde comecei a desenhar, sempre escrevi meus roteiros. Bons ou ruins eram meus. Só fui desenhar uma historia que não era minha profissionalmente. Nesse momento estou desenhando um roteiro meu para uma webcomic em estilo shoujo mangá (cê jura?) e obviamente é muito mais fácil trabalhar sozinha nesse sentido. Eu tomo as decisões, aumento ou corto diálogos, faço as coisas do meu jeito. Mas nem todo mundo tem aptidão, paciência ou até vontade de desenhar, mas muita gente tem vontade de escrever e ver suas histórias ganharem vida. Mas como fazer um mangá sem um desenhista? Ser um roteirista não é nada fácil, ainda mais quando não se tem um amigo desenhista para ajudar. Abordar um desenhista com um roteiro não é das coisas mais simples, pois em sua maioria são projetos independentes e nenhuma das partes ganhará dinheiro. Já recebi muitas propostas destas ao longo da minha carreira (nossa, eu tenho uma carreira?) e algumas delas não foram pra frente por minha culpa, outras não. Por isso resolvi enumerar algumas coisas que vivi, situações que aconteceram comigo e quem sabe ajudar essa relação roteirista-desenhista para quem está começando.

Eu tenho um projeto...

Tem mesmo ou é só uma sinopse? Já recebi propostas até via MSN de pessoas com projetos. Além de não ter nada escrito, não tinha nem ideia de onde começar a divulgar. Acho importante pelo menos já ter uma sinopse, ficha de personagens e alguns capítulos prontos na hora que for abordar um desenhista. Vocês saberão onde estão pisando, o que querem um do outro e ficará mais fácil de convencer a pessoa a trabalhar contigo. Mesmo que você queira desenvolver a coisa com a ajuda de um desenhista, tenha pelo menos uma sinopse consistente e uma ideia de como será publicada (webcomic, fanzine). 

 O que essa imagem tem a ver com o tema? Nada! É que eu adoro a Yomi! XD
 
A pessoa tem um roteiro incrível, mas só te conta o básico do básico do básico.

Gente, nós aprendemos no cinema que uma boa ideia sempre será roubada. Mas isso não é verdade. Muitas vezes a sua grande ideia não é essa Brastemp toda e dificilmente o desenhista irá roubá-la e fazer fortunas vendendo para a Shueisha. Essa relação já começou mal, pois você roteirista não confia no desenhista nem pra contar sobre a história que ele irá desenhar. Como esperar que alguém trabalhe contigo em algo que ele nem sabe ao certo o que é porque você tem medo? Deixa o medo com a Regina Duarte! Para assegurar que sua ideia seja preservada, registre ou conte para pessoas próximas, amigos confiáveis que poderão num possível processo, testemunhar a seu favor.

Quem é o chefe?

Quem paga é o chefe, sempre foi e sempre será assim. Mas se você não está pagando o desenhista, você não é o chefe. Algumas pessoas confundem as coisas. Ser dono da história não significa ser dono do artista que irá desenhá-la. É uma parceria, onde cada um vai contribuir com algo. Por isso o mais importante de tudo é ter um bom diálogo, conversar bastante e colocar tudo na mesa.

 Conhece "ENT"? O desenho é lindo e quem é fã de kpop vai gostar! XD
 
O problema todo são os desenhistas que não tem comprometimento...

Comprometimento com um projeto é muito importante, de ambas as partes. Mas muita gente confunde as coisas, acha que os desenhistas são preguiçosos e não querem trabalhar, tem o ego enorme e blá blá blá. É preciso reforçar sempre a ideia que estamos falando de projetos independentes aqui, que não envolvem dinheiro. E muitos desenhistas não vivem apenas de desenho, trabalham, estudam e tem uma vida própria. Prazos para entrega de páginas são o normal, mas eles não podem ser fora da realidade ou simplesmente não ficarão prontos. Conversar com o desenhista, ver quais são seus horários e possibilidades é o ideal.

Você pode mexer no seu traço e fazer uma coisa mais “fulano de tal”?... 

Uma das coisas que mais me irritam é alguém me chamar para um projeto e pedir que eu emule o desenho de outro artista. Além de ser uma falta de consideração comigo, o que esperar de um roteirista que já te pede que copie outro artista? É natural que pequenos ajustes em seu traço, coloração e até quadrinização sejam feitos para encaixar melhor com a história, mas mudar radicalmente seu estilo para adequar-se a ideia do roteirista, para mim, é um absurdo. Se a pessoa chegou a mim, creio eu, foi pelo que já desenhei. Se o que eu faço não é o que a pessoa quer, procure outro artista, mas não acho certo o roteirista pedir mudanças radicais no que você faz. E não adianta me acusar de não ser eclética como desenhista. Se é pra desenhar um projeto independente, estar confortável e satisfeita é o mínimo. 
 Sou muito fã da Yoko Maki! Mas acho que vocês já sabiam disso...
 
Minha visão da história é essa e pronto!

Quando a gente cria uma história é natural imaginar o visual dos personagens. Mas muitas vezes alguns roteiristas exageram e extrapolam o bom senso. Já ouvi histórias de roteiristas que mandavam desenhos que eles mesmos fizeram e queriam que o desenhista fizesse EXATAMENTE aquilo. Independente de estar muito mal desenhado. XD Alguns desenhistas gostam de contribuir com o visual dos personagens e acho que o roteirista deve, pelo menos, dar uma olhada no que o desenhista pode acrescentar. A ideia é do roteirista e ela deve seguir o que ele quer, mas acho que todos ganhariam mais entrando em acordo e criando juntos os designs dos personagens. O desenhista se sentiria valorizado e por mais incrível que seja a visão artística do escritor, sempre pode ser enriquecida.

O desenhista pulou fora no meio do capítulo... e agora?

Isso é o que mais aflige os roteiristas e acaba com a imagem dos desenhistas brasileiros. No meio do projeto o artista desiste, por alguma ou nenhuma razão aparente. Sei que isso é péssimo e a única forma de evitar talvez seja manter o diálogo sempre aberto e o ego fora das negociações. Creio que a vaidade é a grande inimiga de projetos independentes e deteriora todas as relações. Brigas são comuns, mas jogar o projeto para o alto deveria ser a última coisa a se fazer. Acho que uma relação 100% sincera entre as partes, com muita comunicação, ajude a reduzir as chances de o projeto morrer na praia.

 O que vocês não sabiam era que eu também sou muito fã da Nana Haruta! XD
 
Eu tenho um projeto e.... puf.... sumiu o roteirista!!

Essa já aconteceu comigo e mais de uma vez. A pessoa entra em contato, diz que tem um projeto (muitas vezes revolucionário) e depois simplesmente desaparece. Em alguns casos nem chega a ter uma segunda conversa, já na primeira a pessoa some. Eu já me perguntei se o problema era comigo, se eu deveria ter implorado para ver a super sinopse, mas com o tempo percebi que não são só os desenhistas que somem. Roteiristas somem também. Uma vez cheguei a começar um projeto com um roteirista, que sempre parecia compreender que eu tinha que lidar com a faculdade e que não me sobrava muito tempo para desenhar, mas depois de algum tempo, fomos perdendo o contato totalmente até a pessoa literalmente sumir do meu radar. Hoje eu fiquei meio traumatizada, confesso. Se alguém chegar a mim com alguma proposta de webcomic ou fanzine, vou pensar muito antes de aceitar...

Não sei se tudo que escrevi servirá a alguém, mas sei que tem muita gente por aí com boas ideias, mas sem desenhistas com quem contar. Quadrinhos são trabalhosos de fazer e quando se faz tudo sozinho, demora mesmo. Requer paciência e muito, muito amor. Se você que está lendo o post tem uma história, acha que ela tem futuro e pode ser interessante, procure alguém. Na Deviantart, no Facebook, nos grupos de fãs e desenhistas, você pode encontrar quem queira embarcar nessa contigo. O importante é não desistir! 

 Agora é só correr atrás! Bora? XD

   

sábado, 24 de novembro de 2012

Participem da nossa pesquisa!

Oi pessoal!

Lembram de "Smells Like Mystery"? O mangá on line que prometi para esse ano? Pois então, ele vai ver a luz do dia em breve e antes desse incrível acontecimento, resolvi fazer uma pesquisa de mercado. Dizem que o certo é você conhecer seu público antes de lançar um produto, pois foi pensando nisso que fiz essa pesquisa. Por favor, quem puder, não deixe de responder! : )


Obrigada, pessoal!


quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Cadê a nossa Olivia?



Oi pessoal!

Precisava escrever sobre isso. Era algo que estava me incomodando e precisava compartilhar com meus queridos leitores. Como não sou expectadora assídua da novela “Salve Jorge”, vocês podem e devem me corrigir caso o que eu escrever aqui não tenha nada a ver. Assisto uns capítulos, aqui e ali, mas não sei o nome da metade dos personagens da trama. No entanto, algo tem me incomodado um pouco: a personagem da delegada vivida por Giovanna Antonelli.

Quando soube que a novela teria uma personagem delegada, imediatamente a minha imaginação infantil e ingênua associou-a a personagem Olivia Benson da série “Law & Order SVU”. Para quem não conhece, L&O SVU é uma série policial de sucesso nos EUA, que já está na 14º temporada e aqui é exibida no canal Universal Channel. A série aborda o dia a dia de uma equipe de policiais que investigam os casos mais hediondos que existem: pedofilia e estupro. Mesmo com um clima tão pesado no ar, a série é inteligente e muito cativante. Os personagens são bem construídos e os casos muito interessantes. Eu assisti praticamente tudo de SVU, desde a primeira temporada, perdendo um ou dois episódios no máximo. Aprendi muito com a série, especialmente como uma polícia deve tratar uma vítima de estupro e como a justiça deveria agir com criminosos como esses. Foi inevitável sonhar com uma Olivia Benson tupiniquim.

 Olivia Benson é diva-maravilhosa-foda-competente-e-incrível. Tá bom pra você?
 
Mas a realidade se encarrega de nos dar aquele tapa na cara estalado, né? A personagem da delegada nem de longe é uma Olivia. Ao contrário, parece ser tudo que a personagem não é. Enquanto a detetive Benson encara criminosos, investiga, interroga e ampara as vítimas, a delegada de Salve Jorge, até onde eu vi, não apareceu fazendo nada (ficar sentada na sua mesa mexendo em papéis é o máximo que ela fez até onde eu vi). As cenas dela se resumem a uma histeria irritante com o ex-marido, ficar as voltas com a filha insuportável (se existir nesse mundo uma personagem mais escrota e chata que a filha da delegada, por favor, me avisem) e fazer compras de coisas que nunca vai usar. Ao contrário da detetive americana (que tem um passado terrível), a delegada da novela é uma desequilibrada, uma perua que por acaso trabalha na polícia e que ganha uma fortuna, pois mora numa casa de gente muito rica.

 Ela pode ser delegada no Fashion Police, ia arrasar! XD
 
Eu nunca esperei que Glória Perez criasse casos para serem resolvidos pelos (dois únicos) policiais e pela delegada fake de sua novela. Acredito que a trama de tráfico de mulheres irá esbarrar com eles em algum momento, mas nós sabemos que o que importa mesmo é o romance dela com o ex-marido. Ora essa, não é o que importa na vida de uma mulher? O amor? Mas eu queria sim que a personagem de Antonelli fosse pelo menos metade da mulher corajosa, inteligente e admirável que a personagem de Mariska Hargitay é. Será que é muito complicado escrever uma personagem que valorize mais a sua profissão, importante que só como essa, que ficar discutindo com ex-marido mala? 

 Chama a Olivia Benson, minha filha, porque a delegada da sua novela... sei não...
 
As pessoas reclamam que as novelas tem muita maldade, mas quer mais maldade que SVU? No entanto, temos Olivia Benson, que é uma HEROÍNA em caps lock!! Ela nos desperta algo que parece cada dia mais escasso nas novelas: admiração. Eu admiro a Olivia e queria ser phodástica como ela. Queria poder ser destemida e encarar as minhas fraquezas de frente. Acho que é disso que nossas heroínas precisam. Queremos mesmo as “Éricas”, que nada fazem além de orbitar um homem? Queremos mais daquelas turcas que só pensam em casar e ponto? Queremos mesmo uma delegada histérica que só desperta a curiosidade de qual tintura do cabelo ou cor do esmalte usa em cena?

Eu não quero. 

Elliot e Olivia... eita saudade!!